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A TERRA do ALTO ALENTEJO

A TERRA do ALTO ALENTEJO

10
Abr11

O SECTOR ECONÓMICO NA TERRA DE TOLOSA

DELFOS
O nível social e económico de Tolosa é dos mais elevados do Alentejo.
 
Encontram-se aqui um grande número de pequenas indústrias, uma intensa exploração pecuária e o cultivo intensivo das propriedades, característico das regiões onde predomina o minifúndio.
 
A indústria dos lacticínios é sem dúvida aquela que maiores proporções atinge, quer devido ao elevado capital que movimenta, quer sobretudo devido à grande quantidade de pessoas que emprega. Está exclusivamente dimensionada para a produção de queijo, através de processos semi-industriais, em mais de quinze “queijarias” particulares.
Todos os dias entram em Tolosa cerca de 20.000 litros de leite de ovelha e cabra.
A sua proveniência é bastante variada. Cerca de 20% vem do concelho de Idanha-a-Nova, na Beira Baixa. O restante é comprado aos diversos lavradores e Unidades Colectivas de Produção espalhadas pelo distrito de Portalegre. Ainda de madrugada, sai grande quantidade de camionetas ligeiras para a recolha do leite.
 
Se pensarmos no elevado número de raparigas empregadas nas queijarias, nos motoristas que aqui encontram trabalho, no grande tráfego rodoviário e o consequente desenvolvimento da indústria automóvel, nas grandes criações e engordas de porcos com o soro de leite fermentado, concluiremos que se trata de uma riqueza considerável. Esta indústria artesanal origina aqui um movimento aproximado dos mil contos – O blog aqui diz que a verba mencionada não corresponde à importância actualmente. O blog diz que o movimento dos mil contos era no final dos anos setenta ou os primeiros dois ou três de oitenta.
 
Outra actividade florescente nesta terra é a indústria de moagem e panificação. A farinha de trigo aqui produzida, nas três moagens existentes – vejam caros leitores três moagens existentes – serve a maior parte das padarias em actividade nos concelhos limítrofes. Muitas destas padarias são até administradas directamente pelos proprietários das moagens.
Vale a pena referir que os actuais proprietários das moagens começaram a sua ctividade nos moinhos ou azenhas, movidos pela força hidráulica, instalados na Ribeira do Sôr –  
 
O blog pergunta ou diz que ninguém conhece este Sôr tão belo e violento ou a planície verdejante ou uma terra de secura e ninguém já se lembra deles e o que foram estes moinhos aqui tão perto desta Comenda e que político nem sequer quer saber para avivar a memória da sua plebe ou lá um estrangeiro ou uma estrangeira que um dia pise estas terras e queira o lá saber.
 
Com o evoluir dos tempos, este tipo de trabalho artesanal perdeu toda a rentabilidade económica. Porém, não cruzaram os braços… Antes pelo contrário, acompanharam o progresso e puseram a tecnologia moderna ao seu serviço, com evidentes reflexos no desenvolvimento desta terra.
 
Há ainda um grande número de negociantes que se dedicam à compra de azeitona destinada à conserva. Uma boa parte é produzida nas pequenas propriedades que circundam Tolosa. A restante é proveniente dos lavradores e pequenos proprietários das redondezas. Todos os anos daqui saem muitas centenas de toneladas de azeitona, que vão abastecer os mercados dos grandes centros urbanos.
 
Merecem referência algumas carpintarias mecânicas, às quais está ligado o acabamento e comercialização de mobílias.
 
Existem também oficinas de ferreiro bastante modernizadas.
 
Outra actividade característica desta terra é a indústria de latoaria. Conservou-se ao longo de muitos anos como um trabalho quase exclusivamente manual, onde o mestre e os aprendizes labutavam de manhã à noite. Mas a evolução tecnológica também se reflectiu neste sector. Assim, as latoarias foram modernizadas, o homem recorreu ao auxílio da máquina e, como consequência, a indústria ocupou o lugar do artesanato. Os diversos artigos, produzidos na folha de flandres, folha de alumínio, chapa de ferro e chapa galvanizada, abastecem os mercados de muitas povoações, espalhadas por todo o país.
 
Há vários anos atrás, existiam em Tolosa várias oficinas de sapateiro, onde os operários, quase sempre o dono da oficina e os familiares, se dedicavam à confecção do calçado, utilizando processos artesanais.
Com o evoluir da indústria do calçado, estas oficinas deixaram de ter rentabilidade económica. Alguns sapateiros, conhecedores experimentados do volume de vendas nos mercados e feiras, compraram furgonetes e dedicaram-se à comercialização do calçado industrial. É outro sector que deu um pequeno contributo para o desenvolvimento económico da localidade.
 
 
A partir de 1965, desenvolveu-se aqui uma indústria de máquinas de aluguer, bem característica da tecnologia moderna. Trata-se de enormes tractores de lagartas, mais conhecidos por máquinas deterraplanagem, com variadas aplicações.
Inicialmente, surgiram para lavrar terrenos incultos e muito duros, à profundidade de quase um metro, destinados às plantações de eucaliptos. Como este trabalho foi rareando, hoje essas máquinas são empregadas na construção de albufeiras ou barragens, na lavoura de terrenos destinados à plantação de vinhas e muitos outros trabalhos que exigem elevada potência.
 
Outro sector de actividade largamente desenvolvido nesta vila é a construção civil. A edificação de várias casas para habitação própria, a reconstrução e a melhoria de muitas já existentes, a ampliação de instalações pecuárias e industriais, originaram um grande desenvolvimento na arte de pedreiro. Aqui existem muitos e bons praticantes, que auferem vencimentos bastante compensadores.
 
Como consequência deste surto de desenvolvimento, surgiram vários proprietários de camiões pesados que, a par de outros trabalhos, se dedicam ao transporte e comercialização dos materiais destinados à construção civil. Alargam mesmo o seu comércio a muitas povoações vizinhas.
 
O sector pecuário também está muito desenvolvido, devido à existência de grande número de proprietários.
Existem muitos de raças muar e asinina, destinados a trabalhos agrícolas. Quase todas as famílias têm uma reduzida quantidade de cabras e ovelhas que, além de lhes proporcionarem o dinheiro das crias, ainda permitem o fabrico de queijos para consumo da casa. Todavia, é a criação de vacas para produção de leite, que ocupa hoje o lugar cimeiro na actividade pecuária. Além do considerável rendimento que resulta da venda de crias, a comercialização do leite, que todos os dias é transportado para Portalegre, tem um significado considerável na economia dos pequenos produtores.
 
PEQUENA MONOGRAFIA DE TOLOSA /  ALZIRA MARIA FILIPE LEITÂO

Digos que parece mesmo uma cidade estas Terras de Tolosa. Parece que tem assim um cheiro a cosmopolita. Lhe chamam a terra dos cucos. Que malvadez ou a mais pura inveja o blog lhes regista. Ela é rica. Ela bafeja um sucesso económico muita grande na zona Alentejo que mora no alto. Não sabe se não será das mais ricas nele. Não se sabe se não será só ultrapassada pelas Terras de Galveias no concelho de Ponte de Sôr.
05
Abr11

A VILA DE TOLOSA NÃO SE ENCONTRAVA

DELFOS
 O “Sobral e Carvalhal” de Tolosa é o nome que identifica uma extensa herdade, cuja área ronda os 1.600 hectares.
 
O povo sempre a conheceu como “baldio”, mas os grandes senhores da terra, impotentes para administrar e cultivar as largas heranças recebidas, mas sempre sedentes de maior riqueza, tudo fizeram para o transformar em propriedade privada.
 
É nestas circunstâncias que os povos revelam a sua verdadeira força, enfrentando e transpondo os mais diversos obstáculos, fazendo apelo à coragem e ao querer colectivo, transmitindo a chama da esperança de geração em geração, não cedendo aos mais diversos ataques das forças repressivas e dominadoras.
 
Só por isso o Carvalhal é hoje um terreno altamente produtivo, onde todas as famílias têm um pedaço de terra bem agricultada.
Nos princípios do século passado – o blog aqui diz século dezanove – as famílias poderosas da terra auto-intitulando-se os legítimos descendentes dos povoadores de Tolosa, e jogando com a ignorância do povo, dividiram entre si esta extensa herdade.
 
Baseados nesta posse ilegal, mas cobertos pela força do poder, passados alguns anos, fizeram os registos dos terrenos na Conservatória do Registo Predial com base no direito de usucampião. 
Na intenção de criarem alguns adeptos e enfrequecerem a coesão popular, aforaram algumas courelas aos pequenos e médios proprietários da localidade.
 
Estes arvoraram-se, de imediato, nos defensores intransigentes dos grandes senhores da terra, como recompensa dos benefícios.
 
Porém, o povo anónimo, mas conscientes dos seus direitos, nunca suportou semelhante arbitrariedade.
 
À medida que os anos passavam, em vez de se generalizar o esquecimento sobre esta prepotência, mais se adensava a revolta popular.
 
Em 1873, no pleno apogeu da Monarquia Constitucional, a Junta de Freguesia de Tolosa, como legítima representante do povo, tenta justificar a posse do baldio, no Juízo de Direito da Comarca de Nisa.
 
Esta posse é relativamente conseguida.
 
Com efeito, a população fica com o direito ao fruto das árvores, na maioria azinheiras e sobreiros, e ao campáscuo (direito de usufruir os pastos comuns).
 
Passaram então a existir alguns rebanhos de ovelhas e cabras, pertencentes à população, mediante o pagamento de uma determinada taxa por animal.
 
As taxas eram cobradas pela Junta, que tinha o encargo de contratar e remunerar os pastores. Lutando contra as pretenções dos grandes proprietários, que viam fugir-lhes o domínio absoluto sobre a terra, a Junta passou a cobrar os foros.
 
No entanto, o descontentamento popular continuava a fortalecer-se, face ao desprezo e incultivo a que a terra era votada.
 
Todos entendiam que só a devisão da propriedade por todas as famílias poderia alterar a situação.
Com a implantação da República, surge nova esperança no coração do povo.
 
Alguns deputados, eleitos pelo distrito de Portalegre várias vezes levantaram a sua voz no Parlamento, em defesa dos direitos da população de Tolosa
 
Porém, os grandes proprietários, usando as suas corrosivas influências junto dos Ministérios sempre conseguiram impedir o parcelamento do Carvalhal    
 
Com a vitória da ditadura em 28 de Maio de 1926, as famílias poderosas ganham nova força.
 
Os anos 30 são muita difíceis para a povoação de Tolosa.
As sucessivas Juntas de Freguesia são da confiança dos ricos. Umas vezes, são eles próprios que as constituem, intitulando-se os legítimos representantes do povo!... Outras vezes, fazem nomear pessoas da sua inteira confiança, geralmente escolhidas entre os seus protegidos, que na prática nada diferem…
 
Mas o povo não abranda a sua luta.
 
Protesta abertamente na praça pública.
 
Retira várias vezes os marcos, que os ricos teimam em conservar, para delimitar as terras que dizem pertencer-lhes. Invade várias vezes o Carvalhal, para simbolizar a sua legítima posse. Mas, a força repressiva da Guarda Republicana não se fez esperar.
 
Confundem-se, prepositadamente, as realidades, as realidades, atribuindo um significado de movimentação política ao que não passa de uma simples defesa das regalias e direitos inalianáveis da população.
 
Com o rodar dos anos, a situação tornou-se insustentável para a classe dominante.
 
Os ricos concluíram que nada fazia alterar a vontade do povo. Então resolveram aceitar a divisão do baldio, desde que recebessem 2/5 da área total.
 
O povo estava farto de lutar, razão que o levou a aceitar a condição imposta.
 
A parte dos ricos, se não foi parar às mãos de terceiros através da venda, lá continua com o mesmo aspecto, que tinha em 4 de Março de 1951, data memorável da divisão do Carvalhal. A terra raramente é lavrada, o mato cresce e desenvolve-se livremente, raream os rebalhos que aproveitam as ervas daninhas!...
 
Em perfeito contraste, as 502 glebas, distribuídas pelo povo, produzem abundantemente. Foram plantadas mais de 5.000 oliveiras, que todos os anos produzem centenas de toneladas de azeitona.
 
Milhares de figueiras e outras árvores frutíferas surgiram naquela terra árida, durante muitos anos improdutiva.
 
Poucas são as famílias que ali não têm um pedaço de vinha.
 
Por toda a parte, foram abertos poços, que transformaram um campo seco e agreste numa imensidade de hortas verdejantes.
"PEQUENA MONOGRAFIA DE TOLOSA /  ALZIRA MARIA FILIPE LEITÂO"

 


 
Nestas coisas na literária, neste Alto Alentejo tão perdido, este concelho de Gavião onde a fome está nascendo, político na praça mandou o administrador do blog para a Sibéria e lhe disse um dia que as terras da Comenda, esta planície alentejana nunca teve baldios e algures lá numa reunião de Câmara Municipal.
 
Que descaramento o blog lho regista. E disse que a coisa não está registada e o blog sabe que está e conhece tão bem o referido assunto.
 
É tão terrível ter que passar ainda por mentiroso.
É muita difícil estas coisas da cultura por estas bandas de Gavião.

A quase tão perto de responder a alguém muita especial, a um simbolismo de um capote cortado por uma espada tão real, ou ainda não ter conseguido um monumento dedicado a todos e a todas que passaram alguns meses nos calabouços de uma prisão de Nisa. não deixa de ser muita terrível.

Ainda não conseguiu sequer que político da campina até ao momento presente, não ao blog, mas a todos e a todas, a este povo, a este povo do castelo e o do Vale da Feiteira, o nome de uma rua ou a uma praceta algures na campina ainda não se lho deu...
 
Mas é meus caros se não fosse o Cardeal Cereifeira o blog não sabe se esta terra hoje existia na campina.
 
Quase tão tão perto de transcrever aqui no blog, a acusação e a defesa, no tribunal de Nisa na altura.o blog anda lá ou está lá... 
 
Mas político diz que não tem e o blog sabe que tem.

O blog sabe que tem os dois documentos.

Talvez numa descontraída, lhe fazendo uma reviena, o blog, um dia, os venha a publicar e a valorizar o texto acima colocado.

No tocante a estas terras da Comenda, a coisa foi muito mais complicada.
 
Mas ela está tão bem explicada na Comenda...
14
Mar11

TOLOSA UTRAPASSA A FRONTEIRA

DELFOS

De informação Particular, de 6 de Janeiro de 1977, oferecida por António Augusto Batalha Gouveia:

"Dos inúmeros topónimos portugueses cuja origem lexial remota a um passado linguístico pré-indo-europeu, TOLOSA é um deles como se irá ter ocasião de verificar.
Tem-se dito que esta graciosa vila do Alto Alentejo foi fundada por elementos do mesmo clã que no sudoeste francês e na vizinha Espanha fundaram outras "Tolosas".
Quer isto dizer que o estudo relativo à origem do topónimo Tolosa servirão simultâneamente aos três países.

Acerca da Tolosa francesa (Toulouse), o Grande Larouse refere que o nome da importante cidade do Alto-Garona teria origem no apelido do rei mítico Tolus, descendente de Jafeth, um dos filhos do Noé bíblico. Por esta lenda, que alguma verdade encerra, se pode aquilatar da extrema antiguidade do topónimo Tolosa.

O interesse da lenda reside na circunstância de os escribas bíblicos considerarem Jafeth como o ancestral dos povos não semíticos nem camíticos, o que o coloca como o Pai dos povos indo-europeus e asiânicos. Estes asiânicos também conhecidos pelos nomes de turânicos ou simplesmente túrias, cujo "ubi", original havia sido o planalto do Turam, habitavam a Ásia Central e Setentrional, tendo-se dividido em três grupos a saber: os Sumérios, que ocupam o sul do Iraque: os Hurritas, que se estabeleceram entre a Síria e o Iraque, e finalmente, os Pro-Hititas que se espalharam pela Anatólia.

Entre os quatro e terceiros milénios da nossa era, operou-se uma migração maciça dos povos turânicos, os quais irradiaram para o Ocidente em várias direcções, tendo atingido a Itália, a Gália e a Ibéria.

Na Itália fundaram o reino da Atúria, nome que os romanos corromperam em Etrúria, designando o mar que lhes ficava fronteiro de Turano, fonetizando Tyrreno pelos habitantes do Lácio. Os turanos ou túrias, tinham como tótem tribal o touro (da raiz Tur), o qual era associado aos astros que comandavam as forças vitais da natureza, principalmente aquelas relacionadas com as perturbações atmosféricas.

O nome português tirano tem origem no gentílico turano, envolvendo aquele o conhecido conceito de "soberano absoluto" ou "despótico".

Entre os etruscos, conhecidos pelos gregos sob o nome de Tyrrenos, pontificava uma deusa do mar chamada Turam, a qual tinha a beleza fascinante da Afrodite grega e da Vénus romana.
Na faixa ocidental ibéria, os historiadores antigos registam a presença de clãs turânicos, tal como se reconhece nos gentílicos Turdetanos, Turoldis, Turones, Túrdulos, etc., povos que habitavam principalmente a área compreendida entre o Rio Mondego e o Litoral Algarvio.

O topónimo pré-cristão de Portalegre era Turóbriga, a qual a Turóbriga foi tempos pré-romanos sede de uma área cultural dedicada a uma divindade Atalgina Turobrigensis Dea.
O fonetismo incipiente das falas pré-indo-europeias, deu lugar a que o timbre da vogal imediana nas bases triliterais sofresse variações, o que fez com que a voz Tur também revestisse a prosódia Tar, a qual, por sua vez desenvolveu os heterófones Thar, Dar, e Der.

Os antigos Persas e os Babilónios, além de decorarem os painéis de tijolos envernizados das portas das cidades, com frisos de touros alados, postavam ainda dos seus lados esculturas de touros antropocéfalos, com a missão religiosa de guardarem e protegerem os citadinos.

Esta circunstância provocou na esfera semântica a conotação dos conceitos "Touro" e "porta" e daí o antigo alto-alemão Turi (actual Tor), o germânico dur, o antigo inglês duru (hoje door) e o grego Thura, todos com o sentido de "porta". Por seu turno o antigo Persa dispunha da variante Thar (actual Dar) para dominar a "porta".

A voz asiânica supracitada Turu "Touro" ou "porta" além do referido termo helénico Thura "porta" desenvolveu ainda a variante dialectual grega puros, donde o topónimo homérico Pylos designativo de Porta. A histórica cidade real persa Astar, também grafada Assar, foi pelos gregos apelidada de "Cem Portas" - Hekatompylos.
A dicção Tur ou Turu, por variação do ponto de articulação da variante r, evolui para Tul, Tulu, Tol, Tolu, etc., fenómeno este comum ao acima citado Puros helénico (Pylos).

Aquando da restauração da Porta de Isthar (corrupção caldaica da voz Astar, literalmente "Deus da Porta" ou "Planeta de vénus") na cidade da Babilónia, ordenada po Nabukhodonosor, este mandou gravar em placas de barro cozido os seguintes dizeres "... revesti a porta com tijolos esmaltados de azul, sobre os quais estavam representados touros selvagens e dragões. Mandei colocar sobre a Porta vigas de cedro revestidas de cobre, com seus suportes de bronze. Altivos touros de bronze e dragões furiosos foram postados à entrada. Embelezei esta porta a fim de provocar a admiração de todos os povos". (Babylone, colecção "Que Sais-je?)
Esta "vaidade" de Nabukhodonosar haveria de se transmitir à posteriedade na expressão portuguesa Tolo (de Tolu "porta"), o que aliás é corroborado pelo alemão Tor (Tolo e porta).

Desta forma se encontra investigado o primeiro termo constituido do topónimo Tolosa, isto é Tol ou Tolu; irei seguidamente examinar o segundo, ou seja osa.

Quando estudei o topónimo Nisa, aludi ao tema Usa ou Uza como sendo um dos nomes pelo qual era conhecido o planeta Vénus.
O Assírio dispunha igualmente da palavra Usa para denominar aquele planeta, já então considerado como o símbolo astral do amor, tendo o mesmo nome passado ao árabe com igual significado.
Donde priviria o termo assírico Usa? Os asiânicos, designadamente os Sumérios chamavam ao Sol o deus Utu. A páreda deste, Uta foi o protótipo do latim Uita "vida". Uta desenvolveu ainda os alófonos Utha, Utsa e finalmente Uza: O nome que os babilónios davam ao seu Noé diluviano era o de Uta - Napyshtym o qual se pode traduzir por "Vida das águas do Senhor".
A propósito do latim Uita oiçamos o que a seu respeito diz o eminente latinista A. Meillet:
"Acerca do latim uita "vida", não tenho a certeza se ele deriva de uinus, "vivo" ou se, por outro lado, não repousará sobre um antigo "gwita" prototipo do grego biotos, encurtado na forma "bios" "vida".

Eis, pois, chegado ao fim deste estudo.

O toponómio Tolosa traduz, como se acaba de ver, o mesmo conceito religioso que os babilónios davam, à maravilhosa PORTA DE ISHTAR, isto é, PORTA DE VÈNUS, PORTA DO AMOR, ou PORTA DA VIDA.
Não admira, pois, que os Tolosanos ou Tolosenses hajam consagrado a sua vetusta terra a Nossa Senhora da Encarnação, a qual através do amor vai servindo os desígnios de Deus."

Que maravilha... Mas foi Alexandre de Carvalho Costa que o cita...

10
Mar11

A TERRAS DE TOLOSA COM PRAZER VOLTA

DELFOS

Fica Tolosa a 11,8 quilómetros da sede de concelho e a 29 ,6 da sede do distrito - mas olhe lá meu caro Américo Costa, o amigo não acha que as distâncias referidas no seu livro ou lá Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, as distâncias, elas não estarão sendo ultrapassadas? Não me diga que estes tipos de lá Lisboa mandaram fazer uma nova estrada e que passa ao lado da nossa amada e querida Vila de Tolosa e a distância fica sendo a mesma. Não! Olhe que o blog não acredita. Não me diga que o que ficou só a ganhar foi um tapete para a capital Portalegre. Vá lá. O amigo faça lá o favor e venha cá abaixo e corriga lá o erro ou o venha lá a validar. O amigo também alguma vez lá pensou no seu tempo ser só estradas a passar ao lado, das nossas terras e nos a cercar? Não! Não estava lá no programa pois nâo? Vá-se lá entender a coisa lá para os lados de Lisboa que é so estradas...

 

O blog na sua última postagem já tinha colocado, mas não resiste e vem outra vez a colocar, a informação é sua e o escrito lhe pertence e a César o que é de César e o seu a seu dono O Concelho de Tolosa foi extinto em 1836, passando ao de Alpalhão, extinto este, por decreto de Outubro de 18555 - passou ao de Nisa, tendo sido anexado ao Concelho do Crato por decreto de 26 de Setembro de 1895, voltando ao de Nisa por decreto de 10 de Janeiro de 1898, no qual ainda hoje se encontra - mas olhe lá meu caro amigo, esta Tolosa foi assim tão galpinante? Era assim tão espivitada e pulante? Tinha assim tantos bichos carpinteiros que não a obrigava a ficar quieta como uma donzela ou uma dama? Não! Ou naquele tempo o Jorge Lação já tentava diminuir as freguesias e um Francisco de Assis se recusava a debater a redução dos municípios... Me mande ao menos notícias na volta do correio que político na praça só me dá bola e não se esqueça lá por favor meu amigo Américo Costa. No caso de cá não poder vir abaixo me diga lá qualquer coisinha...

 

Mas é esta Tolosa. Mas é esta Graciosa Tolosa. Ao que parece - ao menos isso - a data de 1212, existe uma concordância entre si e o parente Pinho Leal e parente José Leite de Vasconcelhos. O blog está contente. Em termos de datas nem sempre consegue descortinar um registo idêntico sobre o mesmo assunto e por vários autores. seguindo o atrás citado - O que se sabe ao certo é ser a povoação bastante antiga, porquanto o seu primeiro foral data de 1212 e lhe foi concedido pelo Grão-Prior do Crato.

 

Mas não nos afastemos muito do que é seu e por direito lhe pertence Povoação e freguesia de S. Marcos (antes de 1930, Nossa Senhora da Encarnação, como actualmente) - esta coisa nesse tempo delas mudarem o seu nome e depois voltarem ao mesmo, o blog confessa que não compreende, que blog pensa que a de Gáfete e a de Castelo da Comenda exemplos mais que perto e não utilizando lá a cábula é o exemplo -. Teve foral dado pelo Grão-Prior do Crato (Torre do Tombo, gav. 15 maço 9. no.18), com privilégios iguais aos de Évora, segundo Pinho Leal. Aquele autor diz que teve outro foral em 1281 e dá a data de 1212 - será que naquela altura já existia as doze vilas acasteladas do Crato - para o anterior. Tolosa foi vila e sede de concelho - aqui o blog ainda não conseguiu saber se tinha Misericórdia, que ontem aqui no blog quando disse Misericórdia de Tolosa apenas se estava a referir à Misericórdia de Nisa e sendo o Centro de Tolosa uma ramificalção de Nisa como acontece no Castelo da Comenda.

 

Mas continuando lá a coisa que ela não pode parar - que embora um dia ela possa parecer que está parada, a dita acaba sempre por voltar e apresentará cada vez sempre mais força - e ela não pode parar e se lhe faça tudo para a calar volta a citar o parente Américo Costa Em 1527, segundo o Cadastro esta Vila era do Priorado do Crato e jurisdição e rendas do infante. As sisas e terças do concelho pertenciam ao Rei. Tinha uma só freguesia com 42 moradores, sem nenhum no termo. Este partia com Nisa por Nordeste, com a vila de Arez por les-nordeste, com Comenda ao poente e com Arneiro ao Norte.

Em 1708 tinha dois juízes ordinários, 2 vereadores, um procurador do Concelho, 1 escrivão da Câmara e almoçaria, 1 Tabelião do judicial, 1 porteiro e carcereiro - mas digam lá caros leitores, a coisa se não era ela obra...

21
Fev11

A VILA DE TOLOSA FOI MUITO GALPINANTE

DELFOS
"O concelho de Tolosa foi extinto em 1836. Esta graciosa vila de Tolosa passou então a constituir uma freguesia do concelho de Alpalhão. Quando foi extinto, por força do decreto de 24 de dezembro de 1855, esta vila, a vila de Tolosa, ela passou para o concelho de Nisa. Não podia ela lá estar quieta e sossegada, a ditosa, a vila de Tolosa, em 26 de Setembro de 1895 passou a fazer parte do concelho do Crato. Não parou. Voltou novamente ao concelho de Nisa, de acordo com o Decreto de 13 de janeiro de 1898..."

in "Pequena Monografia de Tolosa / Alzira Maria Filipe Leitão"

O blog "ALENTEJO no NORTE" olhando assim para a coisa e o estado rebelde da graciosa, a ditosa, apenas pensa que os governantes na altura já não atinava... Em tantos anos de história já se inventava consoante o vento...
17
Fev11

TOLOSA A CEGONHA QUE VEIO DE FRANÇA

DELFOS

É com uma grande quantidade indefinida e ao mesmo tempo se torna complexa e confusa o estudo do toponómio desta Tolosa. Não o sabeis lá como que em boa verdade o blog vos diz sem um lá querer e um gosto seu que o nega e o recusa. Somente a vontade tem que a tenhas por certo e a maioria de votos ela pode não estar lá bem certa e ter a razão nesta coisa do toponómio...

Ora lá assim, que continuando, o seu parente Pinho Leal a lealdar "Toloza, é também um appellido nobre d`este reino. Veio da cidade de Tolosa, capital do Languedoc. Trazem por armas - em campo d`ouro, capuz de púrpura floreada, e vazia do campo - élmo d`aço, aberto, e por timbre a cruz do escudo".

Está muita certo. O blog o lá pensa.

Que está muita certa assim o lá pode lá estar a coisa.

Mas meu lá bom amigo, apenas o blog pensa, apenas se assim lho permitires, a capital do Languedoc "Toulouse e Montpellier, ambas as duas reclamam ser a capital do Languedoc"...

Apenas a pergunta e a busca continua... É a graciosa Tolosa...


16
Fev11

O FORAL DE TOLOSA

DELFOS
O seu 1.º foral, lhe foi dado pelo grão-prior do Crato em 1262. (Gaveta 15.ª maco 9, n.º 18). Este foral, tinha todos os privilégios do de Évora.
Deram-lhe outro foral, os cavalleiros de Malta, em 1281.
No 1.º foral, deram os hospitalários (maltezes) aos povoadores de Tolosa, além d´outras, uma herdade, na ribeira do Sôr, com o foro de duas dizimas; porém no 2.º, dizem os senorios - "E dêdes a nós de todo o froyto, que Deus dér, a dizima apiritual, de hum alqueire de trigo, por fogaça, e hum capom, por Sam Miguel, cada huum d´aquelles, que y fordes herdades" (Doc. da Torre do Tombo).
Os babitantes de Tolosa, gozavam os grandes privilégios de caseiros de Malta.
O rei D. Manuel, lhe deu foral novo (confirmando, em tudo, o antigo) em Lisboa, a 20 de Outubro de 1517. (Livro de foraes novos do Alemtejo, folhas 107, col. 2.ª e folhas 110, col. 1.ª) ...
E assim a coisa o Pinho Leal, o nobre amigo, assim ele a escrevia...
12
Fev11

A LENDA DA SAFRA DA MOURA EM TOLOSA

DELFOS

"A Safra a Moura é um conjunto de enormes massas graníticas, situada entrre Tolosa e a Ribeira do Sôr, junto à Estrada Nacional n.º 118.

No seu interior, há uma espécie de refúgio, que tudo indica ser habitado, tendo em conta o seu aspecto.

Na realidade, a cobertura fuliginosa das pedras faz concluir que ali o fogo foi várias vezes ateado.

Segundo a lenda, durante as lutas da Reconquista Cristã, foi lá um cavaleiro mouro se refugiou com sua esposa, quando era procurado e perseguido pelos companheiros de armas.

Certa noite, abandonou o acampamento e partiu na companhia da sua inseparável esposa. Deixou então uma carta dirigida ao comandante do exército:

"Conheceis-me bastante bem para concluires que não é o medo da luta que me torna desertor. Nunca receei o confronto com o inimigo. As minhas armas nunca se baixaram, quando o perigo e a mprte mais se avizinhavam. Mas, pensei longamente nas razões invocadas para sustentar esta guerra, sem nunca ter encontrado uma única razão que a justificasse. Sempre ouvi fundamentar esta terrível contenda na incompatibilidade religiosa entre a Cruz e o Crescente. Semelhante justificação não passa de uma falsidade, com o fim de enconbrir os desejos expansionistas dos soberanos que tiranicamente nos governam."

Foram oferecidas quantias vultuosas a quem denunciasse o esconderijo do jovem mourisco.

Muitas pessoas da vizinhança foram largamente interrogadas. Mas ninguém violou o segredo. Embora cheios de fome e sofrendo as maiores carências, todos recusaram o ouro da traição e da denúncia.

O povo foi largamente compensado pela sua dedicação e firmeza. Não havia miséria que a jovem moura não secoresse, não havia sofrimento que ela não aliviasse, graças à enorme fortuna trazida para o seu esconderijo e aos largos conhecimentos de medicina constantemente evidenciados.

O cavaleiro mouro, porém, pouco aparecia. Nas raras vezes que era visto, apresentava sempre uma expressão triste e pouco comunicativa. O prestígio da esposa ainda mais o apagava aos olhos do povo. Muitos duvidavam da sua bondade.

Certo dia, uma pobre viúva, já fraca e curvada por tantos anos de sofrimento e miséria, encheu-se de coragem e foi à Safra implorar o auxílio e protecção da encantadora moura. Logo o seu coração se encheu de tristeza, ao ser recebida pelo marido. Porém, fazendo apelo à coragem, lá desfiou o seu rosário de lamentações. O cavaleiro ouviu-a pacientemente e entrou no interior do seu palácio subterrâneo. Regressou com uma cesta de carvões que ofereceu à pobre mulher.

Ela lá partiu desalentada, maldizendo a sua sorte. Pelo caminho, foi deitando fora bagos de carvão. para se aquecer ainda tinha alguma lenha... Precisava, sim de aquecer o estômago, e para isso não via remédio!...

Quando chegou a casa, dominada pelo desespero, esmagou o último bago de carvão que lhe restava. Porém, qual não foi o seu espanto, quando viu apareceu debaixo dos seus pés uma moeda de ouro, saída do interior daquelas partículas negras!

Imediatamente saiu de casa, trilhou o mesmo caminho, procurando insistentemente os carvões abandonados. Todos tinham desaparecido!...

Junto à Safra, o cavaleiro mouro aguardava a sua chegada. Disse-lhe então:

- Ouve, boa mulher, quando vi a dúvida e a tristeza vincadas no teu rosto, resolvi seguir-te, pois já esperava que deitasses fora os carvões. Aqui os tens novamente. Leva-os contigo e alivia a tua pobreza com essas moedas. Não queiras avalaiar as pessoas pela aparência!

Acredita que, enquanto a minha mulher distribui a comida e combate a doença, sou eu que aqui trabalho de dia e noite, preparando os alimentos e os remédios.

A partir dessa altura, depressa se espalharam as virtudes e as bondades do cavaleiro. O jovem casal todos os dias recebia provas do maior carinho e agradecimento-

A felicidade e a alegria, trazidas pelo casal mourisco, viveram muitos anos entre o povo humilde desta região."

in "PEQUENA MONOGRAFIA DE TOLOSA / ALZIRA MARIA FILIPE LEITÃO"

03
Fev11

TOLOSA ULTRAPASSA A FRONTEIRA

DELFOS

De informação Particular, de 6 de Janeiro de 1977, oferecida por António Augusto Batalha Gouveia:

"Dos inúmeros topónimos portugueses cuja origem lexial remota a um passado linguístico pré-indo-europeu, TOLOSA é um deles como se irá ter ocasião de verificar.
Tem-se dito que esta graciosa vila do Alto Alentejo foi fundada por elementos do mesmo clã que no sudoeste francês e na vizinha Espanha fundaram outras "Tolosas".
Quer isto dizer que o estudo relativo à origem do topónimo Tolosa servirão simultâneamente aos três países.

Acerca da Tolosa francesa (Toulouse), o Grande Larouse refere que o nome da importante cidade do Alto-Garona teria origem no apelido do rei mítico Tolus, descendente de Jafeth, um dos filhos do Noé bíblico. Por esta lenda, que alguma verdade encerra, se pode aquilatar da extrema antiguidade do topónimo Tolosa.

O interesse da lenda reside na circunstância de os escribas bíblicos considerarem Jafeth como o ancestral dos povos não semíticos nem camíticos, o que o coloca como o Pai dos povos indo-europeus e asiânicos. Estes asiânicos também conhecidos pelos nomes de turânicos ou simplesmente túrias, cujo "ubi", original havia sido o planalto do Turam, habitavam a Ásia Central e Setentrional, tendo-se dividido em três grupos a saber: os Sumérios, que ocupam o sul do Iraque: os Hurritas, que se estabeleceram entre a Síria e o Iraque, e finalmente, os Pro-Hititas que se espalharam pela Anatólia.

Entre os quatro e terceiros milénios da nossa era, operou-se uma migração maciça dos povos turânicos, os quais irradiaram para o Ocidente em várias direcções, tendo atingido a Itália, a Gália e a Ibéria.
Na Itália fundaram o reino da Atúria, nome que os romanos corromperam em Etrúria, designando o mar que lhes ficava fronteiro de Turano, fonetizando Tyrreno pelos habitantes do Lácio. Os turanos ou túrias, tinham como tótem tribal o touro (da raiz Tur), o qual era associado aos astros que comandavam as forças vitais da natureza, principalmente aquelas relacionadas com as perturbações atmosféricas.

O nome português tirano tem origem no gentílico turano, envolvendo aquele o conhecido conceito de "soberano absoluto" ou "despótico".
Entre os etruscos, conhecidos pelos gregos sob o nome de Tyrrenos, pontificava uma deusa do mar chamada Turam, a qual tinha a beleza fascinante da Afrodite grega e da Vénus romana.

Na faixa ocidental ibéria, os historiadores antigos registam a presença de clãs turânicos, tal como se reconhece nos gentílicos Turdetanos, Turoldis, Turones, Túrdulos, etc., povos que habitavam principalmente a área compreendida entre o Rio Mondego e o Litoral Algarvio.
O topónimo pré-cristão de Portalegre era Turóbriga, a qual a Turóbriga foi tempos pré-romanos sede de uma área cultural dedicada a uma divindade Atalgina Turobrigensis Dea.

O fonetismo incipiente das falas pré-indo-europeias, deu lugar a que o timbre da vogal imediana nas bases triliterais sofresse variações, o que fez com que a voz Tur também revestisse a prosódia Tar, a qual, por sua vez desenvolveu os heterófones Thar, Dar, e Der.
Os antigos Persas e os Babilónios, além de decorarem os painéis de tijolos envernizados das portas das cidades, com frisos de touros alados, postavam ainda dos seus lados esculturas de touros antropocéfalos, com a missão religiosa de guardarem e protegerem os citadinos.

Esta circunstância provocou na esfera semântica a conotação dos conceitos "Touro" e "porta" e daí o antigo alto-alemão Turi (actual Tor), o germânico dur, o antigo inglês duru (hoje door) e o grego Thura, todos com o sentido de "porta". Por seu turno o antigo Persa dispunha da variante Thar (actual Dar) para dominar a "porta".

A voz asiânica supracitada Turu "Touro" ou "porta" além do referido termo helénico Thura "porta" desenvolveu ainda a variante dialectual grega puros, donde o topónimo homérico Pylos designativo de Porta. A histórica cidade real persa Astar, também grafada Assar, foi pelos gregos apelidada de "Cem Portas" - Hekatompylos.
A dicção Tur ou Turu, por variação do ponto de articulação da variante r, evolui para Tul, Tulu, Tol, Tolu, etc., fenómeno este comum ao acima citado Puros helénico (Pylos).

Aquando da restauração da Porta de Isthar (corrupção caldaica da voz Astar, literalmente "Deus da Porta" ou "Planeta de vénus") na cidade da Babilónia, ordenada po Nabukhodonosor, este mandou gravar em placas de barro cozido os seguintes dizeres "... revesti a porta com tijolos esmaltados de azul, sobre os quais estavam representados touros selvagens e dragões. Mandei colocar sobre a Porta vigas de cedro revestidas de cobre, com seus suportes de bronze. Altivos touros de bronze e dragões furiosos foram postados à entrada. Embelezei esta porta a fim de provocar a admiração de todos os povos". (Babylone, colecção "Que Sais-je?)
Esta "vaidade" de Nabukhodonosar haveria de se transmitir à posteriedade na expressão portuguesa Tolo (de Tolu "porta"), o que aliás é corroborado pelo alemão Tor (Tolo e porta).

Desta forma se encontra investigado o primeiro termo constituido do topónimo Tolosa, isto é Tol ou Tolu; irei seguidamente examinar o segundo, ou seja osa.

Quando estudei o topónimo Nisa, aludi ao tema Usa ou Uza como sendo um dos nomes pelo qual era conhecido o planeta Vénus.
O Assírio dispunha igualmente da palavra Usa para denominar aquele planeta, já então considerado como o símbolo astral do amor, tendo o mesmo nome passado ao árabe com igual significado.

Donde priviria o termo assírico Usa? Os asiânicos, designadamente os Sumérios chamavam ao Sol o deus Utu. A páreda deste, Uta foi o protótipo do latim Uita "vida". Uta desenvolveu ainda os alófonos Utha, Utsa e finalmente Uza: O nome que os babilónios davam ao seu Noé diluviano era o de Uta - Napyshtym o qual se pode traduzir por "Vida das águas do Senhor".
A propósito do latim Uita oiçamos o que a seu respeito diz o eminente latinista A. Meillet:
"Acerca do latim uita "vida", não tenho a certeza se ele deriva de uinus, "vivo" ou se, por outro lado, não repousará sobre um antigo "gwita" prototipo do grego biotos, encurtado na forma "bios" "vida".

Eis, pois, chegado ao fim deste estudo.

O toponómio Tolosa traduz, como se acaba de ver, o mesmo conceito religioso que os babilónios davam, à maravilhosa PORTA DE ISHTAR, isto é, PORTA DE VÈNUS, PORTA DO AMOR, ou PORTA DA VIDA.
Não admira, pois, que os Tolosanos ou Tolosenses hajam consagrado a sua vetusta terra a Nossa Senhora da Encarnação, a qual através do amor vai servindo os desígnios de Deus."

Que maravilha... Mas foi Alexandre de Carvalho Costa que o cita...

19
Out10

A LENDA DA CASINHA DAS BRUXAS EM TOLOSA

DELFOS

" Junto ao caminho velho que antigamente fazia a ligação entre Tolosa e Nisa, havia uma gruta, conhecida entre a população por "Casinha das bruxas".
Segundo a tradição, era ali que esses entes estranhos, tão enraizados na crendice popular, preparavam as suas incursões nocturnas.
Já noite adiantada, apareciam a cantar e dançar nas encruzilhadas dos caminhos, revelando uma histeria demoníaca.
Todo o povo andava aterrorizado.
As crianças andavam amedrontadas e o seu sono era povoado de sonhos terríficos.
Para pôr termo a esta situação, juntaram-se quatro rapazes valentes e resolutos, que não acreditavam em bruxas.
Pela calada da noite, sem que elas sentissem a sua chegada, surgiram inesperadamente entre as participantes na dança demoníaca. Ainda quiseram fugir, mas as mãos fortes e calorosas dos mancebos seguraram-nas como tenazes. Ali mesmo foram desmascaradas.
Foram depois conduzidas à "Casinha das Bruxas", onde permaneceram o resto da noite, sob forte vigilância.
No dia seguinte, em pleno dia, foram expostas na praça pública, sujeitas aos olhares e apupos da população indignada.
Envergonhadas e humilhadas por todos, essas mulheres depressa . abandonaram a povoação para sempre. Certamente aproveitaram a lição, para nunca mais brincarem às bruxas.
A calma voltou ao povoado.
Já  ninguém acreditava em bruxas.
Ao sono das crianças a tranquilidade regressou. "
in "PEQUENA MONOGRAFIA DE TOLOSA /  ALZIRA MARIA FILIPE LEITÂO"

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