Nasceu a 10 de Agosto de 1819. Faleceu a 3 de Setembro de 1895. Foi conselheiro, par do reino vitalício, ministro de Estado. Nasceu e morreu em Gavião. Era filho do desembargador João Pequito de Andrade e D. Perpétua Maria Aires de Oliveira Seixas de Andrade.
Concluiu a sua formatura em direito no dia 11 de Julho de 1842, sendo o segundo estudante premiado no curso Em 8 de Julho de 1846 foi nomeado delegado do procurador régio para a comarca de Portalegre.
Pouco tempo exerceu este lugar, porque pediu a exoneração por desejar antes dedicar-se à advocacia, indo abrir banca de advogado, onde o seu nome se tornou celébre na defesa de causas de máxima importância. Filiou-se no Partido Reformista, foi eleito deputado pelo em 1801 pelo círculo de Portalegre, e depois, sucessivamente representou em Cortes os círculos de Sardoal e Nisa até 1871.
Era chefe da segunda repartição no Ministério da Justiça, cuja demissão, em Abril de 1869, se viu obrigado a pedir, em consequência do seu mau estado de saúde.
Fez parte da Comissão de Revisão do projecto do Código Civil, sendo por esse motivo agraciado com a carta de conselho.
Foi Ministro da Justiça no ministério presidido pelo Bispo de Viseu, em Julho de 1868, gerindo aquela pasta até Agosto de 1869.
Durante esse tempo recebeu do espanhol a grã-cruz da ordem de Carlos III. Foi na ocasião que esteve no ministério, que se perseguiu o terrivel assassino João Brandão e a sua quadrilha, que infestavam a província da Beira e particularmente o distrito de Coimbra. Até então tinham sido protegidos pelos governos e pelas autoridades. Seixas de Andrade conseguiu libertar aquela província de semelhante flagelo. João Brandão e os seus companheiros foram presos e condenados, sendo escolhidos para os respectivos processos magistrados de rigorosa austeridade e intransigentes no espinhosíssimo cargo que exerciam.
Seixas de Andrade entrou no partido progressista, por ocasião do pacto da Granja, tomando parte muito activa, nas lutas políticas, como membro da Câmara alta até 1890. Desde então conservou-se afastado da política, mas fiel às tradições liberais do Partido, quer notando o que lhe parecia injusto, quer fazendo ouvir a sua voz a bem do que sempre julgou útil e conveniente ao país.
Foi sempre um propugnador incansável de princípios justos, por isso o seu nome não se ligava muito a reformas decretadas, de que tinha a convicção de terem sido presididas por conveniências partidárias e não por um princípio de justiça. Ao seu caractér justo e austero aliavam-se os mais nobres sentimentos de caridade e filantropia.
A sua casa nunca o desvalido recorria inutilmente; dotou a Misericórdia de Gavião com oito contos de réis, e no testamento deixou um prémio perpétuo para ser dado todos os anos à aluna pobre que mais se distinguisse na escola pública da sua aldeia.