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A TERRA do ALTO ALENTEJO

A TERRA do ALTO ALENTEJO

19
Fev11

A ATALAIA NO CONCELHO DE GAVIÃO

DELFOS
Mas é esta terra.
É esta Atalaia inocente e pura lá recatada e a não querer lá dar nas vistas deste povo.
É pequenina.
É pequenina e é a alma mais nortenha.

É uma das cinco freguesias deste concelho de Gavião que o tempo moderno a transformou em um deserto e lhe está tirando o seu último ar que respira e lhe está tapando o seu último fôlego... Mas é fantasma que está aparecendo e não se lhe está ligando lá nenhuma... Que depois lhe fala em regionalização!

Mas são terras u são lá minha senhora. São terras u são sim senhora de Gavião...

Mas ela é grande no tempo de outrora. Mas ela é grande no tempo que começou...

" Ao castelo de Belver se deve ligar a atalaia estabelecida onde agora é a sede de freguesia, a ATALAIA essa, pelo menos de inicio, a cargo de um individuo obrigado à vigia, não se podendo, porém, afirmar acerca do edifício dessa atalaia, que podia ser nada aparatosamente a própria morada mais ou menos fortalecida desse individuo, povoador local. Este pode muito bem ter sido o mesmo Gil da Moita, a quem a Ordem encarregou, pois, efectivamente, conhece-se o título, pelo menos da «carta per que Spital deu a ATALAYA térmio de Belver a Gil Moita que a pobrasse a Foro de Santarém» "...

Enfim.
É assim...
19
Fev11

NÚMERO DE HABITANTES NA VILA DE GAVIÃO

DELFOS

FREGUESIA DE GAVIÃO

ANOS ... POPULAÇÃO
1864 ... 1704

1878 ... 1799

1890 ... 2064

1900 ... 2040

1911 ... 2251

1920 ... 2483

1930 ... 2680

1940 ... 2931

1950 ... 3020

1960 ... 2801

1970 ... 1995

1981 ... 2021

1991 ... 2006

2001 ... 1814


Esta freguesia é uma vila e sede do concelho de Gavião. Tem uma área de 57,85 Km2 e é um espaço a ser descoberto.....
18
Fev11

NO TOPÓNIMO DE GAVIÃO

DELFOS
1.º "Mas este Gavião, que terra ela o é "É povoação antiquissima. Alguns sustentam que foi aqui a Fraginum ou Fraxinum dos romanos. Outros dizem que Fraginum é a actual vila de Alpalhão", mas como fica lá a coisa meu caro Pinho Leal, ou é ou não é...

Que irra é a coisa ainda mais confusa, que vem Dr. Joaquim Dias Loução "No tempo em que os romanos domina ram na Península hispânica, uma das três estradas que ligavam Lisboa à cidade de Mérida, então capital da Lusitânia, passava pela estação de Fraxinum que, segundo o Itinerário de Antonino, distava trinta e duas milhas da estação anterior, que era Tubucci.

Fraxinum ficava no sítio onde hoje está situada a vila de Alpalhão. Houve quem tivesse dúvidas sôbre se a antiga Fraxinum seria Alpalhão ou Gavião.

Mas desde que Tubucci ficava onde está a actual cidade de Abrantes, conforme a opinião dos mais autorisados antiquários, e sabido que a cada quatro milhas equivale uma légua, Fraxinum não podia ser Gavião que dista de Abrantes apenas quatro léguas, ou sejam desasseis milhas mas sim Alpalhão que se acha aproximadamente a oito léguas de Abrantes, e, portanto, à distância de trinta e duas milhas marcadas naquele itenerário"... e que fogo, que se vá lá entender estas coisas dos doutorados".

"- Da - Tentativa Etimológica-Toponímia do Abade de Miragaia - Vol. III - 1917 - Págs. 78 e 145 :
"GAVIÃO, GAVIÃO e ViÃO, povoações nossas, talvez sejam formas do mesmo nome, pois GAVIÃO deu ou podia dar GAVIÃO pela trivial substituição de ca por ga.
Por seu turno GAVIÃO, deu ou podia dar VIÃO, que, por seu turno vir de Bebianus - Bebiano, nome de um santo, etc., ou de vigião, grande atalaia ou vigia.
Confronto Atalaião, castelo desmantelado que eu já vi a montante de Portalegre.
Gavião pode também vir do castelhano Gavilanes, plural de gavilan -gavião". (1)
(1) in " Alexandre de Carvalho Costa, Gavião suas freguesias rurais e alguns lugares".
18
Fev11

ANTÓNIO PEQUITO SEIXAS DE ANDRADE

DELFOS

Nasceu a 10 de Agosto de 1819. Faleceu a 3 de Setembro de 1895. Foi conselheiro, par do reino vitalício, ministro de Estado. Nasceu e morreu em Gavião. Era filho do desembargador João Pequito de Andrade e D. Perpétua Maria Aires de Oliveira Seixas de Andrade.

Concluiu a sua formatura em direito no dia 11 de Julho de 1842, sendo o segundo estudante premiado no curso Em 8 de Julho de 1846 foi nomeado delegado do procurador régio para a comarca de Portalegre.

Pouco tempo exerceu este lugar, porque pediu a exoneração por desejar antes dedicar-se à advocacia, indo abrir banca de advogado, onde o seu nome se tornou celébre na defesa de causas de máxima importância. Filiou-se no Partido Reformista, foi eleito deputado pelo em 1801 pelo círculo de Portalegre, e depois, sucessivamente representou em Cortes os círculos de Sardoal e Nisa até 1871.

Era chefe da segunda repartição no Ministério da Justiça, cuja demissão, em Abril de 1869, se viu obrigado a pedir, em consequência do seu mau estado de saúde.
Fez parte da Comissão de Revisão do projecto do Código Civil, sendo por esse motivo agraciado com a carta de conselho.
Foi Ministro da Justiça no ministério presidido pelo Bispo de Viseu, em Julho de 1868, gerindo aquela pasta até Agosto de 1869.

Durante esse tempo recebeu do espanhol a grã-cruz da ordem de Carlos III. Foi na ocasião que esteve no ministério, que se perseguiu o terrivel assassino João Brandão e a sua quadrilha, que infestavam a província da Beira e particularmente o distrito de Coimbra. Até então tinham sido protegidos pelos governos e pelas autoridades. Seixas de Andrade conseguiu libertar aquela província de semelhante flagelo. João Brandão e os seus companheiros foram presos e condenados, sendo escolhidos para os respectivos processos magistrados de rigorosa austeridade e intransigentes no espinhosíssimo cargo que exerciam.

Seixas de Andrade entrou no partido progressista, por ocasião do pacto da Granja, tomando parte muito activa, nas lutas políticas, como membro da Câmara alta até 1890. Desde então conservou-se afastado da política, mas fiel às tradições liberais do Partido, quer notando o que lhe parecia injusto, quer fazendo ouvir a sua voz a bem do que sempre julgou útil e conveniente ao país.

Foi sempre um propugnador incansável de princípios justos, por isso o seu nome não se ligava muito a reformas decretadas, de que tinha a convicção de terem sido presididas por conveniências partidárias e não por um princípio de justiça. Ao seu caractér justo e austero aliavam-se os mais nobres sentimentos de caridade e filantropia.

A sua casa nunca o desvalido recorria inutilmente; dotou a Misericórdia de Gavião com oito contos de réis, e no testamento deixou um prémio perpétuo para ser dado todos os anos à aluna pobre que mais se distinguisse na escola pública da sua aldeia.

18
Fev11

O NASCIMENTO DO BOMBEIRO EM GAVIÂO

DELFOS
Ainda faltava dois anos para Ela terminar. Mas foi no século passado no ano quarenta e três, a Instituição, a organização se começou a apresentar e a fazer aparecer a sua imagem e como se na história local não se curse pela segunda vez a mesma disciplina e em uma freguesia e no séc.XXI.

Era Junho de 1943.
A Câmara Municipal de Gavião na altura, à apreciação submete para que fosse examinado e se lançasse a mão e o começo a uma quota monetária entre os proprietários desta terra e Vila de Gavião.
O destino da referida quota e os capitais lá conseguidos, a combinação da referida colheita e o seu emprego, a sua aplicação seria sumida no recrutamento de uma nobre bomba extintora de incêndios e seria encaminhada e exposta a um pequeno grupo de bombeiros que seria formado.

Mas as coisas andavam lentas e assim a um passo de caracol ainda mais lá naquela altura e em Junho de 1944 ainda não tinha e havia bombeiro na Vila de Gavião e "a Inspecção Geral de Incêndios, zona Sul, solicita à Câmara a informação sobre a existência de um comandante da Corporação de Bombeiros ou entidade do Concelho responsável pela protecção contra o risco de incêndios.
A Câmara esclarece que não existe, no concelho, a Corporação de Bombeiros, encarregando o Sr. José da silva Pio para tomar a orientação e iniciativa de promover a extinção de qualquer incêndio no concelho." (1)

Um anito depois, coisa não é assim lá muita tempo, a Inspecção Geral de Incêndios, a data era 1945 e o mês era Outubro, a referida, atrai e requer a base e o fundamento "o apoio da Câmara e união de todos os esforços para a criação de Corpo de Bombeiros no concelho (voluntários ou municipais), segundo as possibilidades existentes". (1)

A Câmara, a entidade que comandava os destinos deste povo, naquela altura, nos seus muita deveres e responsabilidades que tinha no conceito da defesa da raça, a digna e local, informou que ia estudar o problema e deliberar sobre o assunto em pretenção.

A coisa ela muita complicada e assim muita complexo assunto sem abertura e uma ponta que se lhe pegue e seria uma dor de cabeça a talvez a dicidir sobre assunto em agenda e "uma circular do Governo Civil, em Agosto de 1946, pede informações sobre a existência de Corpo de Bombeiros, legalmente instituídos, municipais, voluntários ou privativos.
Caso a Câmara não mantenha, nem subsidie serviços de incêndio, deve assumir o compromisso, segundo o Código Administrativo.
No caso afirmativo, se interroga sobre a importância que reputa necessária para estabelecer aquele serviço.
A Câmara delibera assumir o compromisso da criação de um Corpo de Bombeiros, - ufa que custou - no concelho, esclarecendo que a importância que reputa necessária para os serviços de incêndio, cifra-se em 100 000$00.
Em Dezembro de 1947, cria-se, em Gavião, a Corporação de Bombeiros Municipais, mas, em 29 de Maio de 1958, se efectiva, sendo inaugurada, neste dia, a moto-bomba e restante material, benzido pelo pároco da freguesia.
Em Janeiro de 1950, é nomeado o comandante de Bombeiros e ajudante de campo, Jaime Elias de Almeida e António Mónico Machado, respectivamente, e, em Agosto, despacha-se material destinado ao corpo de Bombeiros Municipais." (1)

O parto muita difícil em tempo aquele e que lá vai. O blog não sabe se na democrática e actual , o parto não se continua a fazer muita difícil...

(1)“Gavião, Memórias do Concelho”, José Dias Heitor Patrão
17
Fev11

FONTE DA MOURA NA TERRA DE BELVER

DELFOS

Localização: M= 214,5; P= 281,7; folha 322, S.C.E. (1: 25 000)

Antiga quinta, situada a 2Km para norte de Belver, sofreu, no início deste século, uma profunda reconversão dos solos, facto que achou numerosos achados arqueológicos.

Na sequência desse acontecimento, Félix Alves Pereira, um ano mais tarde, aqui se deslocou, tendo igualmente recolhido materiais que transportou para o Museu.

Considerado, sucessivamente, como um castro, pelo general João d´Almeida, ou como uma cidade, por Mário Saa, facto é que inúmeros vestígios romanos se espalham por toda uma área, sendo de destacar um apreciável conjunto de materiais de construção, em granito, aplicados nos muros que dividem a propriedade. alguns desses materiais, encontram-se guardados no castelo de Belver - Rogério de Carvalho e o seu colega de trabalho afirmam e terminam - um período de ocupação que medeia entre os séculos I e IV.

15
Fev11

A TERRA DE BELVER E A SUA CAPELA DE VILAR DA MÓ

DELFOS
De traça seiscentista, é um imóvel de pequenas dimensões, sóbrio, sem mais ornamentos do que o campanário que se ergue na frontaria. É dedicada a S. João Evangelista.

Nos anos quarenta, na sequência das obras de restauro, foram encontradas duas aras: uma sem referir a divindade, e a outra dedicada ao deus Banda Picius. Este facto originou a hipótese da capela se erguer sobre um local de culto muito mais remoto, que foi assim cristanizado.

Mais uma vez os marotos, o Rogério Pires Carvalho e João Luís Carvalho me estiveram a chatear a cabeça, para eu acabar o registo, ou seja, a sua "Contribuição para a carta arqueológica da freguesia de Belver".

Na nossa pequena conversa me estiveram dizendo "Este trabalho não pretende ser um estudo completo e exaustivo, muito longe disso, mais não é do que um acervo das informações de que presentemente dispomos e que representam um ano de investigação e trabalho.

Só o estudo das diferentes estações arqueológicas, aqui referidas, poderá adiantar novos elementos para um melhor conhecimento do passado desta região - o blog pensa que ela sempre teve muita vida e que sempre existiu no mundo - de profundos contrastes que é afinal o Tejo.

Integrada nesta área geográfica, a freguesia de Belver regista níveis de povoamento mais ou menos intensos, evidenciando estratégias de ocupações diferenciadas e diferentes, consoante as diferentes épocas a que se reportam.

Para preservar estes registos, que ignorância ou incúrias por vezes irremediavelmente detroem, julgamos ser urgente um trabalho sistemático e criterioso, tendente à elaboração de uma Carta Arqueológica local."

Mas carta linda carta, me trazei boas notícias da minha amada, e, mas onde anda ela que deve de andar desvairada...

15
Fev11

RAMIRO LEÃO

DELFOS


O grande empresário dos armazéns Lisboetas, Ramiro Leão. Não com a precisão, o blog não gosta de deixar as coisas pela metade, não foi possível saber a do seu falecimento. Tinha 77anos a sua partida para outras terras e paragens. O blog leva o acontecimento para a década dos anos trinta e do século passado. Personagem muito ternurenta ao olhar o seu semblante, essencialmente o maior empreendorista do século passado e talvez do anterior na vila de Gavião. Arquivos municipais muita fechados e uma floresta muita muita virgem a ter um gosto a segredo de estado. Porta a ficar muita aberta a convidar o blog para um dia voltar ao tema e se queira ou não...

14
Fev11

OS MOUROS NA VILA E CONCELHO DE GAVIÃO

DELFOS

Foi em tempos de Mouros estas terras da Vila de Gavião...

Foi em tempos de Mouros esta freguesia e sede do concelho de Gavião!

Tempo aquele uma qualquer povoação ainda não existia em este sítio e paragens e a vida e esta a alma não se lhe conhecia e sabia.

Eram dois reis que a lenda e o conto assim a coisa lá lha reza e se lha diz.

Eram dois inimigos desde longa data e a coisa assim se a começa...

"Em frente dos seus exércitos marchavam e seguiam em veredas estreitas e muito apertadas. Era numa floresta cerrada de matagais. Era uma floresta onde viviam lobos, ursos, linces e outras feras.

A ânsia e a pressa e a sofreguidão a tinham. Procuravam apenas encontrar-se em campo próprio para combaterem entre si, mas sem o conseguirem até então.

Um dia.

Um dia um tanto como o outro, porém - sem o saberem - ordenaram aos seus batedores para treparem ao galho mais alto da árvore, de maior porte, e dessa elevada posição descortinaren um bom local para acamparem, os seus guerreiros estavam exaustos de tanto marchar e era necessário lhe temperar o corpo e lhe dar descanso.

A ordem cumprida, cumprida a ordem, avistaram os ditos vigias um monte que se elevava acima das copas das árvores mais altas da foresta e que lhes pareceu um lugar muito adequado, não só para o acampamento mas também para lhes servir de posto de observação.

Em face das informações dos seus vigias, os dois reis - sem saberem um do outro, repete-se - deram ordem às suas respectivas hostes para marcharem na direcção conviniente e a mais acertada.

Ao fim de algumas horas, ambos com os seus exércitos, atingiram o monte e iniciaram a sua ascenção. Um subiu e subia pelo lado nascente e o outro, o outro subia pela encosta poente.

Porém, qual não foi a surpresa, os dois reis e seus apaniguados, quando chegados ao cimo do monte se encontraram frente a frente!

Em vez do desejado descanso por que ansiavam, eis que os deuses - era no tempo do paganismo - os haviam para ali guiado para a batalha decesiva! Chegara, finalmente, o momento em que os deuses da guerra iam decidir a posse daquele imenso território que disputavam!

A coisa e tudo logo lá ao rebuliço, ordenaram-se as respectivas hostes para o grande combate, tanto mais que o planalto tinha uma área bastante espaçosa, tornava aquele lugar a arena ideal para resolver o litígio que opunha os dois inimigos e logo os reis deram ordem de, e para o ataque.

Já passava do meio dia, quando sob o sol ardente do estio, as vanguardas inimigas se chocaram com terrível ímpeto; os choques selváticos de lanças, couraças e escudos, os sons estridentes ou cavos de centenas de trombetas de guerra, os gritos de incitamento e matança acompanhados por cânticos guerreiros entoados por milhares de gargantas ... em um grandioso e trágico espectáculo ! a uma vaga de combatentes caídos, sucedia-se outra, outra e outra.

Aos gritos de incitamento iniciais dos chefes, sucediam-se agora os não menos horríveis gemidos e clamores de dor de feridos e moribundos que, de parte a parte, cobriam o solo do planalto.

A grande batalha só terminou antes do pôr do sol, não houve sobreviventes, desde o menor dos guerreiros aos próprios reis, todos ali pareceram, todos ali ficaram para sempre.

Ao crepúsculo, rapidamente se seguiu a noite, com imenso manto negro se estendeu aquele monte transformado em gigantesco ataúde onde jaziam milhares de cadáveres insepultos.

Ao romper da alva, viram-se surgir de todos os quadrantes do céu, bandos de milhares de aves de rapina atroando os ares com o côro lúgebre do seu crocitar que se fazia ouvir a grande distância.

Era como uma chamada geral a todas as aves da espécie para participarem no macabro banquete que as aguardava no cimo do planalto.

Entretanto - meus amigos - muito longe dali, nas aldeias dos reinos que haviam ficado sem chefes e sem guerreiros, os velhos, as mulheres e as crianças , prescrutavam ansiosamente os céus, atraídos pela passagem de tantas aves carniceiras que convergiam para um monte que quase se sumia na lonjura do horizonte.

Sabiam, agora, que a terrível batalha se travara, mas desconheciam o resultado e temiam pela sorte dos seus entes queridos, muitos dias e noites antes viram partir, a entoar alegres e entusiásticos cânticos de vitória...

Muitos outros dias e noites ainda se sucederam... mas nenhum dos guerreiros jamais regressou à sua amada pátria e doce lar. As aves carniceiras, porém, essas continuavam a voar para o monte longinquo e sobre ele pairavam muito tempo. O infausto e terrível acontecimento de tal maneira ficou na memória desses antiquíssimos povos que, a partir dessa época, o planalto que servia de arena e de tumba à multidão de combatentes, ficou conhecido pelo topónimo do monte de muito Gavião.

- Naquelas longínquas casas, Gavião chamava-se Freixinho, e era, com os seus arrabaldes, uma cidade importante, tão importante que ali viviam os procuradores dos grandes reis de então.Um dia, porém, vieram grandes exércitos de mouros comandados por muitos reis e arrasaram totalmente a cidade, queimaram os templos e massacraram grande parte dos seus habitantes. Alguns conseguiram fugir para longe, mas não puderam carregar com os seus dinheiros e jóias.

Um dos reis mouros que ficou como governador, na ânsia de encontrar tesouros escondidos, mandou arrasar todas as habitações até aos alicerces e forçou os sobreviventes a habitar as terras baixas e os velhos para mais fácilmente serem subjugados. Aqui, no cimo do cabeço, construía o rei mouro o seu castelo, donde tudo vigiava. Os seus impostos, exigências e extorsões de todo o género, acompanhados, não de violências físicas eram tais, que as pobres vítimas das suas rapinas o alcunharam de "mouro Gavião".A tradição não conservou o nome desse governador cruel, mas, em contra-partida, guardou-lhe a alcunha, pois mais tarde quando foram expulsos os mouros, o mesmo "Gavião" subsistiu no actual topónimo. É caso para dizer-se: foi-se o mouro... Ficou o Gavião.

- Há muitos anos, nestes sítios habitava um poderoso governador mouro, possuía uma formossísima filha muito prendada e frutuosa.. Viviam num castelo, no alto de um escarpado cabeço. A fama da beleza e qualidades da donzela, chegara a países longuínquos e um príncipe cristão empreendeu uma longa viagem desde a sua pátria no intuito de conhecê-la e talvez pedi~la em casamento.

Ápos muitos dias de jornada e já perto do castelo onde vivia o velho governador mouro e a sua formosa filha, encontrou um mouro que abatia uma árvore. Como estava cansado, estava cansado e com fome, pediu ao mouro que o deixasse passar aquela noite - esta avizinhava-se - na sua cabana que ficava ali próximo. O mouro acedeu de boa vontade, admirando-se que uma pessoa de tão gentil presença, vestida com aqueles ricos adornos e com tão formoso corcel lhe pedisse agasalho. Ofereceu-lhe, como ceia, um grande pão de centeio, um jarro de leite, figos e mel.

No dia seguinte, manhã cedo, um comissário do pérfito raptor deixava no castelo uma mensagem para o pobre pai que chorava de dor pela sorte da donzela desaparecida. Nesta mensagem - anónima, claro - o autor denunciava o jovem príncipe que, entretanto, se dirigia ao castelo, ignorando em absoluto o que se passava. Transportas as muralhas, foi imediatamente rodeado pelos homens do governador e posto a ferros numa profunda masmorra. Ou entregavam a donzela desaparecida ou seria decapitado em poucas horas...

Depois de ter protestado a sua inocência e de pôr o governador ao corrente das razões da sua estadia ali, após tão longa viagem, perdidas as esperanças - a hora marcada para a execução aproxima-se - ajoelhou no lejado do cárcere e rogou a Deus dos Céus e da Terra que exercesse o seu infinito poder para livrar a donzela dos perigos que corria e a restituisse sã e salva ao seu velho e amargurado pai. Já o príncipe, algemas nos pulsos e grandes grilhetas de ferro nos tornozelos, ia sendo empurrado para o cadafalso montado num dos pátios do castelo, mas um voz ainda rogou a Deus fervorosamente.

O carrasco ergeu o afiado e terrível cutelo, cuja lâmina brilhou intensamente, e, de súbito, fez-se ouvir um Gavião que de grande altura iniciou um mergulho com rapidez de raio, sobre o condenado e o seu verdugo. Agora, todos os olhares se fixaram no Gavião que voava a pouca altura e em círculos como dando a ententer que queria guiar alguém...

Para o príncipe, aquela ave era a resposta às suas orações, e disso, disso fez saber ao governador que acabou por montar a cavalo, acompanhado dos seus guerreiros, e do príncipe, o príncipe agora já liberto, todos saíram a galope na direcção que o gavião lhes indicava voando a baixa altura, até atingirem um alto cabeço sobre o qual a ave pairou tal como supunham, ali foi surpreendido o pérfido mouro raptor e a sua presa, amarrada e amordaçada, escondidos numa pequena gruta.

Libertada a donzela, castigado - o blog diz que assim é que se faz - exemplarmente o malfeitor - então essas coisas se fazem a uma donzela - todos regressaram felizes ao castelo, onde se efectuou uma grande festa. E que foi feito do gavião Salvador ? Desapareceu ? O príncipe mandou erigir no esconderijo pelo passáro, uma pequena ermida de invocação a S. Salvador em acção de graças. Muitos anos depois diziam antigos que no local hoje denominado Salvador, certo lavrador quando arava um pedaço de chão que ali possuía, desenterrou entre restos de cantaria e uma pedra na qual se via gravado um gavião, voando e de cujo bico pendia uma espécie de corrente.

A povoação primitiva não era aqui no cimo, mas sim num lugar denominado de Vale da Carreira. Ainda se lá vêem restos de antigos muros e velhas habitações arruinadas. A população do local não era grande mas ia aumentando ano após ano. Um certo dia, inesperadamente, chegaram gentes de longe para ali se fixarem. Os de Vale da Carreira, todos aparentados proprietários das ribeiras próximas, e portanto das boas terras de regadio, não permitiram o estabelecimento daqueles novos colonos nas suas terras, contrariados pela forte animosidade encontrada , foram-se dali em busca de outro local. Seriam umas duas ou três famílias acompanhadas por um sacerdote que lhes servia de guia. Algum tempo depois, subiram a um cabeço no cume do qual como únicos seres vivos, encontraram grande número de gaviões que proliferavam à vontade sem humana presença até lá.

O lugar era elevado, varrido de ventos, saudável e como um grande miradouro, donde se avistavam vastos territórios em todas as direcções. Concordaram em ali se fixarem e escusado seria dizê-lo que todos os gaviões fugiram dali, todos, excepto um, que alipermaneceu e viveu até morrer de velhice. Logo no primeiro dia, enquanto o sacerdote e os seus companheiros davam graças a Deus, por até ali os ter protegido e guiado, aquela ave conservou-se mansa e quieta, junto à pedra que, improvisadamente servia de altar. Com o tempo, tornou-se o pássaro companheiro inseparável do sacerdote - colono a quem, segundo a tradição, até ajudava nas suas andanças de caça. Em memória daquela ave quase sacra os moradores daquele novo povoado, chamaram a este "Monte do Gavião" e, muito mais tarde, adoptaram-na como seu emblema...".

De A vila do Gavião e a sua Antiguidade, de António Moutinho Rúbio estudo publicado em O Distrito de Portalegre, de 8 de Março e 5 e 12 de Abril de 1969

13
Fev11

A CULTURA DO ARROZ EM VALE DE GAVIÕES

DELFOS

"O arroz foi produzido em larga escala na Ribeira de Margem, onde chegou a haver 50 moinhos a descascar arroz. E esta produção foi de tal forma importante em dado momento que chegou a haver um celeiro de arroz na vila e também não é por acaso que no tempo de racionamento por causa da guerra civil espanhola, a zona de Gavião e Belver era um centro de contrabando de cereais, a "candonga" como se dizia. - O blog "ALENTEJO no NORTE" aqui não diz que a coisa não aconteceu...

Mas o arroz deixou outras sequelas e as águas salobras, porque paradas, acabavam por provocar as sezões, as febres do paludismo, e mais uma vez também não é por acaso que a tese de licenciatuara do ilustre médico e político gavionense, o republicano Eusébio Leão (irmão do dono dos grandes armazéns Lisboetas (Ramiro Leão, que enriqueceu na actividade comercial) e precisamente sobre o paludismo." - O blog "ALENTEJO no NORTE" aqui não diz que a coisa não aconteceu... in "Gavião com voz - n.º 15, Janeiro de 2005".

" Terra rica de moinhos onde se descascou arroz, planta de chão alagado, que criava também os mosquitos e com eles o paludismo." "Quanto aos moinhos de água, que representavam uma actividade importante, "deixaram de trabalhar à menos de 20 anos. " idem

" Foi nesta localidade, na aldeia de Ferraria, nos princípios do séc. XIX se iniciou a cultura do arroz, cultura altamente improvável nesta região do Alentejo. Em 1821, segundo o Dr. José Dias Heitor Patrão, no seu livro "Memórias do Gavião", os habitantes desta região se dirigiam às cortes para reclamar mais desenvolvimento para a cultura deste cereal. in http://www.freguesiadecomenda.pt/.

O Blog "gavião no Alentejo" diz muita contradição existe em os elementos citados no texto. Consegue também dizer que afinal sempre se cultivou arroz. Que não se deia migas de feijão frade com um bocado de toucinho que isso é outra história. Pesquisai. O caminho da origem do cultivo do arroz o ides encontrar noutras terras e que não estas. O blog continua a dizer que se continua a inventar e a branquear este passado...

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